Não foi por acaso que um dos mais conhecidos e lembrados produtos da Garoto, o chocolate Baton, ganhou a versão Extra Milk, em 2018, e que é consumida até hoje. A empresa investiu em teste de produto para medir a aceitação pelo público.
Aliás, no mundo de negócios, nada deve ser por acaso ou feito de forma enviesada, principalmente no que diz respeito à adesão do produto ou serviço. É necessário investir em pesquisa de mercado para obter dados do consumidor, pois ninguém melhor do que ele para dizer o caminho que você precisa seguir.
Por isso, se a sua empresa planeja lançar algo — ou entender se o deve ou não lançar —, é preciso ter uma percepção bastante clara do mercado para direcionar esforço e investimento no que tende a dar certo. Nós vamos explicar como fazer isso. Acompanhe!
O que é e para que serve o teste de produto?
O teste de produto, ou teste de conceito, é uma pesquisa de mercado feita para entender se as ideias de algo a ser lançado têm potencial de mercado e de aceitação pelo público. Acredite, esse tipo de estudo entrega muitas informações sobre um cenário.
Além de diminuir os riscos de o produto fracassar no mercado, o teste permite entender se a empresa está indo pelo caminho certo. Também perceber a necessidade de mudanças que podem ser implementadas antes do lançamento oficial ou o que pode ajudar a emplacar de vez.
Entenda esse tipo de pesquisa como a fase de um namoro, em que pretende-se conhecer o outro melhor para saber se aquela relação pode ter sucesso no futuro — e diminuir as chances de um divórcio cheio de dor de cabeça.
Em que momentos o teste de produto pode ser feito
O teste de aceitação de um produto não avalia apenas o que será lançado ou se a adesão foi positiva. Ele permite uma infinidade de aplicações nos negócios, como descontinuar ou aperfeiçoar um produto com base nas novas necessidades do mercado. Sendo assim, a pesquisa facilita:
1. Saber se a ideia do produto é realmente relevante
Pode acontecer de a ideia surgir internamente e todos gostarem, mas, quando é feita uma pesquisa de mercado, percebe-se que um número muito baixo de pessoas tiveram interesse ou viram benefícios nela.
Além disso, às vezes, um produto é realmente bom, mas diante de tantas opções parecidas já existentes, as pessoas podem entender que não faz sentido ter um novo, não há um diferencial que justifique, e isso pode resultar em baixa saída de mercado.
2. Perceber se o conceito do produto está claro
O conceito de um produto é algo extremamente importante no mercado, pois ninguém adquire algo que não sabe como e nem onde utilizar. Ou seja: pessoas dão preferência para o que é intuitivo e fácil de usar.
Ainda que o termo “teste de conceito” pareça algo complicado de se avaliar, tenha em mente que a ideia aqui é saber se os consumidores entenderam de que forma podem usufruir do produto.
Se os usuários não compreenderem a finalidade e a aplicabilidade correta de determinada coisa, é bem provável que ela não tenha boa saída. E quando isso acontece, é necessário rever todo o processo para evitar prejuízos ao longo do tempo.
3. Entender a intenção de compra e o quanto as pessoas pagariam
Pode ser uma ideia genial, mas se não houver uma amostra representativa em intenção de compra, é bem provável que o produto não tenha sucesso no mercado. Podemos refletir sobre isso de várias maneiras, e analisar o momento econômico do país é uma delas.
Isso acontece porque, como é do seu conhecimento, vivemos em uma sociedade com realidades econômicas muito diferentes. Sendo assim, dependendo do momento em que se pretende lançar determinado produto, a aquisição dele pode não ser prioridade para determinadas classes ou pessoas.
Nesse sentido, é preciso refletir sobre o potencial de investimento do público no produto. Ainda que as classes de atuação sejam muito claras para o negócio, é essencial pesquisar o quanto as pessoas pagariam pelo bem naquele momento, assim como entender os gaps em outras classes.
4. Ter retornos dos pontos positivos e negativos sobre o produto
Se até o Ipad gerou polêmicas com seus prós e contras quando foi lançado, nenhum produto está a salvo da rejeição pelo mercado, certo? Mas é possível evitar isso quando a empresa investe em uma pesquisa bem estruturada.
Um questionário voltado para avaliar a aceitação de um produto permite entender, por exemplo:
- o que os consumidores mais gostaram;
- o que não gostaram e os motivos de não gostarem;
- o que precisa ser ajustado para aumentar seu valor percebido;
- quais melhorias implementar na comunicação e divulgação, com foco estratégico nos diferenciais.
Onde e como realizar esse tipo de pesquisa
Você já entendeu que a pesquisa de mercado com foco em teste de produto permite compreender se, de maneira geral, os consumidores não só gostaram do produto (quando ele já foi lançado), como também se entenderam o seu conceito, de fato.
Porém, é preciso ir além nesse tipo de avaliação para deixá-la o menos subjetiva possível. Dentre as mais úteis ferramentas para isso, temos a escala de Likert. Entenda como ela funciona e o que ela permite mensurar.
Escala de Likert
Um dos métodos mais eficientes e interessantes para obter insights sobre as preferências do consumidor é a escala de Likert (ou escala Likert), que utiliza uma espécie de tabela de classificação com vários graus de concordância ou discordância com a frase apresentada.
Sendo assim, o respondente escolhe, entre as alternativas, a opção que mais representa a sua opinião. Uma das principais vantagens desse tipo de abordagem é que dá para perceber os graus de emoção do usuário em relação ao produto, seja positiva ou negativamente.
O questionário pode conter perguntas como: “Estou satisfeito (a) com os produtos da linha X”. Diante da afirmação, o consumidor escolherá uma das opções:
1) discordo totalmente;
2) discordo;
3) indiferente (ou neutro);
4) concordo;
5) concordo totalmente.
Com o foco em avaliar a aceitação de um produto, a escala pode ser aplicada em pesquisas quando:
- pretende-se saber a frequência de utilização de um produto: frequente, muito frequente, ocasionalmente, raramente, nunca;
- é necessário entender o quão importante é um produto para o consumidor: importante, muito importante, pouco importante, às vezes é importante, não é importante;
- o objetivo é entender a opinião sobre um preço: alto, muito alto, aceitável, baixo, muito baixo;
- é preciso compreender a satisfação com o produto: excelente, muito bom, bom, razoável e ruim.
É importante que esse tipo de escala apresente opções em número ímpar (como as cinco dos exemplos citados) e uma alternativa neutra, pois isso deixa a pesquisa mais detalhada e oferece escolhas mais fidedignas com o que o consumidor sente.
A escala de Likert também pode ser apresentada em forma de emojis, símbolos muito utilizados ultimamente para expressar opiniões e a satisfação com um produto, serviço ou uma situação específica. Se ela fizer sentido para o seu público, por que não utilizá-la?
Pesquisa digital: por que utilizar uma plataforma online e não uma pesquisa presencial
Você já sabe que o mercado é muito dinâmico e que ter agilidade é essencial para aproveitar oportunidades, corrigir erros e planejar as melhores estratégias.
Principalmente com o expressivo aumento das compras online nos últimos anos, a pesquisa digital é a melhor ferramenta para conseguir acompanhar esse ritmo.
Ela oferece não só resultados rápidos, mas também confiáveis e com amostras mais condizentes com a realidade, já que pode alcançar mais pessoas em menos tempo do que uma pesquisa presencial.
Cases de empresas que utilizaram a MindMiners
Entender a função da pesquisa digital nesse processo é tão importante para conseguir ganhar mercado que selecionamos algumas empresas que já se atentaram a isso e que, com a parceria da MindMiners, colhem os frutos até hoje.
Danone - Pesquisou a experiência das consumidoras para reformular a linha Corpus
A linha Corpus, da Danone, é muito conhecida e consumida pelo público que prioriza o estilo de vida e alimentação saudáveis. No mercado desde 1989, a linha havia apresentado uma queda no consumo dos produtos e, para traçar estratégias de vendas, a marca resolveu reformulá-los.
Para isso, investiu em pesquisas com duas frentes:
- uma com foco em entender, entres outras abordagens, a visão das consumidoras sobre a importância de o alimento ser sem gordura, açúcar e lactose, e
- outra com o objetivo de avaliar o conceito que melhor representasse o novo posicionamento da marca e a embalagem do produto.
O estudo completo está aqui para você não deixar de conferir os insights que a empresa teve!
Baton - Entendeu o mercado para lançar a linha Extra Milk
Não foi à toa que a Baton foi citada no início deste artigo: a tomada de decisão da Garoto foi estratégica e a partir de dados apurados nas pesquisas realizadas com respondentes de todo o país.
No teste, foram avaliados o conceito de produto, o nome da nova linha (Extra Milk), a embalagem e o slogan. A escala de Likert foi aplicada no estudo e apontou que 80% dos respondentes disseram que o nome Extra Milk “combina” e “combina muito” com a marca Baton. Confira o estudo de forma detalhada.
Não há dúvidas de que o teste de produto pode salvar o planejamento e o investimento financeiro que envolvem as vendas das empresas, concorda?
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