Data-driven: Como ir além na cultura de análise de dados

Atualmente muitas empresas possuem dificuldade para filtrar e analisar todos os dados que conseguem gerar por fontes internas e externas. Veja nesse artigo como a sua empresa pode implementar uma cultura data driven e aproveitar o melhor dos dados.


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Data-driven: Como ir além na cultura de análise de dados

Por um longo período, um dos maiores desafios das empresas era coletar informações necessárias e que pudessem impactar positivamente em seu negócio. Agora, esse cenário mudou e nos deparamos com novos desafios.

Atualmente, a maior dificuldade está em como filtrar as informações que são de fato relevantes e podem contribuir de maneira positiva com o processo de tomada de tomada em meio a tantos dados gerados a todo momento.

Por conta dessa facilidade de coletar dados de diferentes fontes, o baseado em dados tem se tornado um conceito cada vez mais frequente nas associações. Porém, será que implementar apenas um processo de data-driven é o bastante para as empresas?

Além disso, será que apenas os dados oferecem todas as respostas que um negócio precisa? A partir desses questionamentos, surgiram alguns novos termos e formas de pensar sobre dados como: data-oriented, data-informed, data-inspired, entre outros.

Em busca de soluções que pudessem complementar a cultura data-driven, muitos profissionais, pesquisadores e empresas passaram a pensar em novos processos de tomada de decisão, onde os dados fazem parte, mas não são unanimidades.

Uma vez que existem diversas informações qualitativas e quantitativas que podem ser geradas e analisadas pelas empresas, existem oportunidades para aproveitar essa quantidade exorbitante de dados disponíveis atualmente.

Sendo assim, mesmo que metodologias de tomada de decisão data-driven ainda não estejam implementadas por completo, é possível que, ainda no processo de maturação da cultura de dados, sejam implementadas outras formas de utilização dos mesmos.

Também tenha em mente que, por mais que a cultura data-driven ainda seja muito estratégica e renda bons resultados, ela não é a única forma de uma empresa utilizar dados em seus processos.

Vamos entender um pouco mais sobre algumas dessas possibilidades de utilização de dados? Aproveite a leitura!

O que é data driven?

Quando falamos sobre uma empresa ser data-driven, nos referimos a sistemas organizacionais orientados por meio da coleta e análise de dados. Ou seja, todas as decisões estratégicas para a companhia consideram como prioridade as informações geradas a partir desses dados.

No caso de empresas que se estruturam dessa maneira, é preciso que mecanismos de coleta e análise de dados — internos e externos — sejam colocados no centro de tudo o que é planejado e executado.

Nesse sentido, tudo o que é coletado e analisado deve ser disponibilizado, de maneira acessível, a todas as áreas e membros da empresa, principalmente àqueles que estão envolvidos nas tomadas de decisão.

Em outras palavras, o processo de consolidação de uma cultura data-driven precisa, necessariamente, passar pela estruturação de diversas fontes de informação.

Os dados sobre o funcionamento interno da empresa, seus concorrentes, seu público e mercado devem se complementar e auxiliar a empresa a ter um panorama completo de tudo que pode influenciar em seu desempenho. Isso é ser data-driven.

Como uma cultura data-driven é implementada?

Quando uma empresa consegue implementar uma cultura data-driven significa que já conseguiu direcionar todos os seus processos com base em análises de dados e informações.

Ou seja, antes de tomar qualquer decisão estratégica, os dados são extraídos e analisados para que as melhores ações sejam implementadas. Nesse caso, os dados são o principal fator determinante para definição de toda a estratégia e direcionamentos táticos.

Não há apenas um único padrão sobre como uma cultura data-driven deve ser implementada nas empresas. Cada organização deve avaliar o contexto de seu mercado, a estrutura interna, os recursos e as fontes de dados disponíveis.

Por outro lado, podemos dizer que quando uma empresa já conseguiu direcionar todos os seus processos com base em análises de dados e informações, uma cultura data-driven foi implementada.

Uma vez que a decisão foi tomada e as ações iniciadas, o acompanhamento e a mensuração dos resultados também é essencial. É por meio desse monitoramento que será possível identificar quais foram os verdadeiros ganhos da estratégia e das ações adotadas.

Uma vez que a decisão foi tomada e as ações iniciadas, o acompanhamento e mensuração dos resultados também é essencial. Apenas por esse monitoramento será possível identificar quais foram os verdadeiros ganhos da estratégia e das ações adotadas.

Tomada de decisão data driven:

1ª- Identificação do problema;
2ª- Coleta de dados;
3ª- Definição dos objetivos e KPIs;
4ª Definição da estratégia e plano de ação;
5ª- Acompanhamento e otimização das ações;
6ª- Definição dos aprendizados.

Esse processo se repete a todo momento, com a intenção de que as métricas e aprendizados sejam utilizados na definição das próximas estratégias e ações.

Pontos de atenção

Aqui é importante ressaltar também que, ainda que uma empresa opte por ter um departamento focado na coleta e análise de dados, essa não pode ser uma responsabilidade e uma preocupação apenas de um setor.

Para que uma cultura data-driven seja de fato implementada e funcione corretamente, é preciso que toda a empresa seja capaz de produzir, acessar, analisar dados e definir suas próprias métricas e fontes de informação.

Como você percebeu, a cultura data-driven funciona como um suporte à tomada de decisão, então todas as pessoas precisam participar de alguma forma desse processo e contribuir com a prática da utilização dos dados.

Profissional feminina discute dados apresentados em um quadro com colega
Photo by ThisisEngineering RAEng / Unsplash

Como ir além do data-driven

A princípio, quando olhamos para o processo de implementação de uma cultura data-driven, pode parecer que esse é o único caminho para aproveitarmos todo o potencial que os dados oferecem para empresas que desejam tomar decisões mais estratégicas.

Contudo, esse processo pode deixar de fora alguns pontos importantes que podem potencializar os resultados esperados.

Visto que dentro desse contexto os dados não são necessariamente questionados, a organização pode perder a oportunidade de entender com mais profundidade o porquê de suas ações terem resultados positivos ou negativos.

Sem um olhar humano para os dados, uma empresa até consegue identificar um padrão de comportamento de seu consumidor, por exemplo, mas não conseguirá entender as motivações por trás dessa ação.

Principalmente quando analisamos dados relacionados aos consumidores, existem fatores que, para serem identificados, necessitam da interpretação e do questionamento humano sobre eles.

Isso quer dizer que ter a confiança que os dados estão trazendo as informações corretas é tão importante quanto questioná-los. Isso ajuda a entender e se aprofundar mais em quais são os elementos que motivam aquele acontecimento retratado pelos dados.

E só a partir desse entendimento que as empresas conseguem se destacar em seu mercado. Uma vez que toda decisão de compra passa necessariamente por uma avaliação humana e segue não apenas critérios racionais, mas também uma série de fatores subjetivos.

A seguir, vamos entender então quais são outras formas de utilizar dados dentro dos processos de tomada de decisão, e podem ser complementares e implementadas em conjunto como forma de potencializar os resultados pretendidos pelos negócios.

Também vamos detalhar como cada forma funciona e em quais situações podem ser utilizadas. Acompanhe!

O que é data-informed

No conceito de data-informed, como o nome sugere, os dados são parte do processo, mas nesse contexto eles são utilizados apenas como um guia na tomada de decisão. Não são como o centro e o único direcionador, como no processo data-driven.

Aqui, a intuição, o contexto e a experiência da empresa e de seus colaboradores também são consideradas para planejamento e execução das tarefas.

Quando estamos trabalhando dentro do conceito de informação pelos dados, todos da empresa entendem o desempenho atual e quais são os fatores que estão contribuindo para esse cenário. O objetivo é otimizar suas estratégias constantemente.

Nesse contexto, o mais importante é entender o porquê de a estratégia estar ou não funcionando. Por isso é tão importante que todos sejam capazes de questionar o que está sendo apresentado pelos dados, e para isso precisam estar cientes de todo o histórico de aprendizado que a empresa já detém.

Como funciona o processo de trabalho data-informed:

Toda abordagem data-informed é baseada em hipóteses. Por isso, toda vez que uma ação for planejada e executada, a equipe deverá informar o porquê da ação. Ou seja, a cada novo direcionamento da empresa, um conjunto de dados vão ser levantados, interpretados e questionados.

A partir desses questionamentos, a equipe deve levantar as hipóteses que serão testadas e validadas a partir de novas ações mensuráveis. Sendo assim, todos devem ser informados sobre a estratégia.

É como o conceito diz em sua tradução literal: “informados por dados”. Dessa forma, é preciso garantir que todos selecionados cientes da forma que cada ação será aplicada em prática e como razões pelas quais estão gerando resultados positivos ou negativos.

Mesa de reunião com várias mulheres negras debatendo um assunto
Foto de Christina @ wocintechchat.com / Unsplash

O que é Data-inspired?

Utilizado principalmente para exercícios de Design Thinking, o inspirado em dados não tem como foco principal ou expectativa metrificar resultados de uma ação.

Nesse contexto, diversas fontes de dados são utilizadas com intuito de promover exercícios mais exploratórios e criatividade.

Aqui, o papel dos dados é informar sobre as ações já realizadas e o comportamento já gerado, mas não é possível determinar o que será feito a seguir.

Quando analisamos dados de mercado e comportamento do consumidor, por exemplo, estamos visualizando ações do passado e do presente. Essas, de alguma forma, podem ser utilizadas como indicadores do que pode acontecer no futuro.

Mas, quando estamos buscando por ideias inovadoras, não podemos tomar decisões com base apenas no que já foi realizado. Por isso, nesse caso, não se busca por informações concretas, mas sim, inspiração nos dados para construir algo que é novo.

Podemos dizer, ainda, que os dados servem como inspiração para que novas ideias e ações podem surgir.

Quando utilizado em conjunto com outras técnicas de análise de dados, o inspirado em dados pode funcionar para empresas que promovam alguns exercícios de inovação e criatividade para sua equipe.

Qual a melhor técnica para minha empresa?

As três formas de utilização de dados apresentadas — entre tantas outras que estão sendo implementadas por empresas em todo o mundo — são formas de fornecer insights relevantes para equipes que precisam tomar decisões e realizar seu trabalho com base em informações concretas.

O segredo para empresas que desejam trabalhar com mais embasamento de dados é entender como aproveitar o melhor de cada uma dessas formas, de acordo com o objetivo de cada projeto e processo.

Não existe uma única resposta certa sobre qual processo implementar para todas as situações de tomada de decisão. O natural é que a utilização de dados evolua à medida que a empresa evolui e com planejamento, testes e validações de processos.

Para direcionar o processo de entendimento das empresas que desejam pensar diferentes formas de trabalhar com dados, existem algumas situações que se encaixam melhor a cada uma das formas. Acompanhe a seguir:

Data-driven

Objetivo: responder a uma pergunta específica;

Como utilizar: tomar decisões com base apenas em dados. Sem questionamentos;

Quando utiliza: quando o próximo passo da sua decisão pode ser baseado em um dado específico.

Data-informed

Objetivo: responder a uma pergunta específica;

Como utilizar: aproveitar os dados para informar e contextualizar. Pensar criticamente a respeito das informações apresentadas;

Quando utiliza: os dados provem conhecimento da situação e precisam ser guiados pelos dados.

Data-inspired

Objetivo: observar um comportamento de maneira geral;

Como utilizar: levantar dados e informações que possam servir como base da aplicação de frameworks de inovação e criatividade;

Quando utiliza: promover um processo criativo e/ou de inovação que utilize diversas fontes de dados como inspiração e contextualização.

Dados serão sempre aliados

Se a sua empresa ainda não toma decisões baseadas em dados ou precisa evoluir em suas análises, lembre-se de que esse é um processo constante e pode ser construído por fases.

A maturidade na forma de trabalhar com dados poderá variar de empresa para empresa, mas é importante que essa cultura seja implementada em todos os times.

Saiba que é a responsabilidade de cada departamento de sentido qual sua função no contexto da organização e como pode melhorar seu processo de tomada de decisão com mais precisão e confiabilidade por meio dos dados.

Buscar as melhores fontes de dados e estruturar processos internos para coletar e analisar essas informações são alguns dos primeiros passos para empresas que buscam ser orientados a dados . Por isso, se a sua empresa ainda não começou esse processo, esses podem ser os pontos de partida.

Tem interesse em saber mais sobre como a sua empresa pode coletar dados? Quer fomentar novas culturas de levantamento e análise de dados? Então, confira nosso artigo sobre Coleta de dados: quais são os métodos e como fazer .


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