Já reparou como o termo saúde mental foi um dos mais citados durante a pandemia de covid-19? Certamente, não há dúvidas sobre os motivos: medo de adoecer (ou de seus familiares e amigos adoecerem), receio de perder o emprego, preocupação com o futuro, entre outras. Tudo isso impacta a mente das pessoas.

E quando o assunto é saúde mental e bem-estar, a alimentação de um indivíduo está diretamente relacionada, pois ela desencadeia funções importantes tanto como fonte de equilíbrio do organismo, quanto de desequilíbrios emocionais. E a comida acaba sendo um refúgio.

Nesse cenário, como as pessoas têm preservado a saúde mental no mundo globalizado? O álcool tem sido uma válvula de escape dos problemas ou um potencializador das emoções? É crescente a preferência pela alimentação saudável? Vem refletir sobre isso e muito mais neste artigo!

O que significa saúde mental, afinal?

De acordo com o Hospital Albert Einstein, não existe uma definição oficial para o termo saúde mental e

o conceito está relacionado à forma como uma pessoa reage às exigências, aos desafios e mudanças da vida e ao modo como harmoniza suas ideias e emoções.

Sendo assim, como passamos por situações diversas todos os dias que envolvem alegria, tristeza, raiva e frustração, por exemplo, a qualidade da saúde mental é a forma como lidamos com essas adversidades diariamente.

Esse enfrentamento, ainda que não pareça, passa também pela qualidade da nossa alimentação, e é inegável que quanto mais saudáveis são as escolhas, mais bem-estar mental uma pessoa tende a ter.

A promoção da saúde mental por meio da alimentação

Saúde mental é coisa séria, ainda que o conceito possa parecer banalizado para algumas pessoas. O que acontece é que esse termo não era tão amplamente discutido até que algo que abalasse todo o mundo evidenciasse a sua importância, a vinda da covid-19.

Photo by Mariana Medvedeva

Em nossos estudos originais, constatamos que 87% dos respondentes disseram estar preocupados com a sua saúde mental, ainda mais do que com a saúde física.

Com isso, alguns cenários se apresentaram no que diz respeito à alimentação e saúde da mente:

  • muitas pessoas começaram a se cuidar mais com medo de adoecer ou agravar doenças preexistentes, e isso acarretou em escolhas mais saudáveis no prato;
  • outras passaram a enxergar a comida como um estepe para “equilibrar” as emoções;
  • ainda, outras começaram a reavaliar a sua relação com a sociedade e o mundo, passando por escolhas que impactem menos o meio ambiente ou influenciem menos o consumismo exacerbado.

Redução do consumo de bebidas alcoólicas pela Gen Z

Em meio a esses cenários está o destaque para as gerações mais jovens, especialmente a Geração Z que, notadamente, começou a desvincular o consumo da bebida alcoólica à diversão e ao relaxamento.

Em nosso Dossiê das Bebidas, realizado no início de 2022, identificamos que apenas 50% dos jovens da Gen Z consomem bebidas alcoólicas. Cada vez mais, esse público tem deixado o álcool de lado em busca de outras alternativas para diversão e relaxamento.

A queda também fica evidente em outra pesquisa que constatou que:

pela primeira vez em sete anos o índice de consumo de bebidas alcoólicas de forma abusiva ficou abaixo de 20% entre homens e mulheres dos 18 aos 24 anos.

O desejo de preservar a saúde mental e o bem-estar, o contato mais direto com a família e o simples desinteresse por bebidas alcoólicas estão entre os principais fatores para essa redução.

Os impactos do "excesso" no corpo e a preocupação com a beleza

A palavra “ansiedade" está entre os termos mais ouvidos quando o assunto é o aumento do consumo da categoria de indulgentes — em especial de snacks, que enquadram as refeições rápidas com biscoitos, salgadinhos, chocolates, entre outros.

O medo e as incertezas dos últimos tempos causaram sérios impactos na saúde física e emocional de muitas pessoas, o que também é refletido diretamente na alimentação.

Existem aqueles que passaram a controlar melhor suas dietas, porém, do outro lado também têm aqueles que enfrentam as dificuldades de lidar com as mudanças físicas causadas pela relação entre excesso de comida e a falta de exercícios físicos.

Esses também são reflexos de hábitos adquiridos durante a pandemia e que perduram até hoje.

A preocupação com a balança e a beleza, evidentemente, impactam a forma como as pessoas se relacionam consigo mesmas e com a sociedade, influenciando na qualidade da saúde mental.

O aumento do consumo de snacks: “válvula de escape” para ansiedade ou opção para uma alimentação saudável?

Aqui temos dados de outro reflexo da saúde mental e da qualidade da alimentação dos brasileiros: o crescimento do consumo de snacks em 700% durante a pandemia e a tendência de aumento até 2025.

Porém, aqui também há insights para ambos os lados, pois enquanto 30% dos respondentes aumentaram o consumo de balas, chocolates, chicletes e salgadinhos, outros 20% diminuíram a ingestão desses mesmos produtos.

No mercado, nota-se, de maneira geral, que há um equilíbrio na balança entre os sentimentos de “eu mereço” e da "ansiedade descontada na comida" — segundo relatos dos próprios entrevistados — com a redução desse tipo de consumo para ter uma alimentação mais saudável.

Mas, quem disse que os snacks se resumem a besteiras e guloseimas?

Photo by Denny Müller

O que são snacks, afinal?

Snack significa “lanche” em Português e isso, naturalmente, acaba sendo associado a biscoitos, doces, chocolates, salgadinhos, e guloseimas do tipo, mas tenha em mente que a categoria é bastante ampla.

Os snacks podem, inclusive, ser lanches saudáveis como cereais, castanhas, nozes e saladas de frutas, por exemplo.

Agora, pense: se existem alternativas e preferências por escolhas mais ou menos saudáveis, por que não identificar quais tipos de snacks o seu público vem consumindo ou deseja consumir, se a sua marca trabalha no setor alimentício?

Deu para perceber como a alimentação dos brasileiros tem sido moldada de acordo com seu estado mental e sua preocupação com a saúde nesse sentido? Essas transformações têm ocorrido ao longo do tempo e é assim que acontecem as mudanças no comportamento do consumidor.

Por isso, é preciso ter atenção ao monitoramento contínuo dos interesses do seu público para aproveitar o timing certo para propor produtos e serviços conectados com essas pessoas. A pesquisa de mercado, por exemplo, é uma ótima ferramenta para obter esses insights.

E se você tem interesse em entender de forma mais profunda como está a relação dos brasileiros com a alimentação e como isso tem influenciado a sua saúde mental, nossos estudos têm dados valiosos que podem te ajudar!

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(créditos de capa: Pablo Merchán Montes)