Lanche é uma palavra nostálgica. Me diz aí se você não foi automaticamente transportado para o recreio da escola, hein? A verdade é que essa rotina - que começa lá na infância - continua sendo parte fundamental das nossas vidas, apesar da correria do mundo adulto.
De maneira geral, podemos considerar que o ato de lanchar acontece principalmente em dois momentos do dia: 1) entre o café da manhã e o almoço, e 2) entre o almoço e o jantar. Ah! Nem todo brasileiro realiza todas essas refeições, mas isso a gente te conta daqui a pouco.
Sob o ponto de vista do consumidor, a escolha de um lanche envolve diversas variáveis, como praticidade, preço e, para alguns, saudabilidade. Isso porque os snacks são, muitas vezes, apontados como vilões da boa alimentação e/ou da dieta. Especialistas estimam que o nicho de lanches considerados mais saudáveis vá crescer cerca de 60% ao longo dos próximos 4 anos no Brasil, enquanto que biscoitos doces devem perder aproximadamente 3% de seu market share.
Atualmente, a categoria de snacks já movimenta mais de 22 bilhões de reais por ano aqui no Brasil (dados de 2017 de uma pesquisa da Deloitte). Não é por acaso que diversas marcas estão de olho nessa fatia. Para aqueles que desejam ser bem sucedidos na missão, o desafio está em entender melhor a jornada de compra de um snack, drivers de escolha e momentos de consumo. E é exatamente sobre isso que falaremos aqui.
Realizamos um estudo com 1000 brasileiros, homens e mulheres, de todas as regiões do país, classes ABC, para mapear hábitos, preferências, carências e tendências quando o assunto é lanche. As principais descobertas você confere a seguir. Boa leitura!

Snacks: o que são? onde vivem? como se reproduzem?
Podemos considerar que a categoria de snacks é constituída por oito subcategorias. São elas: biscoitos salgados; biscoitos doces; nozes, castanhas e mixes em geral; chips e salgadinhos; pipoca; barrinhas de cereais; snacks de frutas; e pretzels.
Sim, pipoca é lanche - pelo menos segundo as fontes que utilizamos para esse estudo ;) Entendemos também que algumas outras categorias não são tão comuns ainda no Brasil, como é o caso dos pretzels. O importante aqui é compreender a amplitude e, consequentemente, a complexidade dessa categoria, que acaba competindo com guloseimas, fast food, dentre outras. Diante de uma arena competitiva tão expandida, o processo de escolha do consumidor também se torna quase impossível de ser desenhado, uma vez que, além dos lanches pela manhã e pela tarde, o snack pode substituir, inclusive, refeições principais.
67% dos nossos respondentes realizam de 3 a 4 refeições por dia durante a semana (segunda a sexta-feira).
13% às vezes acaba pulando o almoço. 3% raramente para para almoçar.
18% raramente janta. 4% nunca realiza essa refeição.
Será que essas pessoas que saltam refeições as substituem por um lanchinho?
Independentemente do que esses dados possam indicar, uma coisa é certa: os snacks são um mercado em franca expansão, principalmente quando pensamos em opções saudáveis de lanche. De acordo com o Bloomberg, o segmento de lanches saudáveis vai valer US$ 32.88 bilhões até 2025. A categoria é liderada, principalmente, pelo consumo de barrinhas de cereal e granola. Isso falando em hábitos de consumo globais, combinado?
A grande questão é: e no Brasil? Como anda o consumo de snacks por aqui?

O hábito de lanchar
Olhando para a rotina do brasileiro, o lanche da tarde está muito mais presente no dia a dia do que o lanche da manhã. É muito maior, também, o número de pessoas que nunca come um snack pela manhã x aquelas que dizem nunca lanchar a tarde.
Você tem o hábito de lanchar entre o café da manhã e o almoço?
20% dos entrevistados responderam que sim, todos os dias.
13% afirmou realizar esse tipo de lanche pelo menos 3 dias da semana.
37% disse que raramente para para lanchar durante a manhã.
30% nunca realiza um lanche nesse período.
Para aqueles que disseram nunca lanchar entre o café da manhã e o almoço, a principal justificativa foi o fato de não sentirem fome (62%). 23% não o fazem por falta de tempo, 14% porque ainda não conseguiram se organizar para comprar/levar para o trabalho um lanche e outros 5% afirmaram seguir uma dieta que não contempla essa refeição intermediária.
Você tem o hábito de lanchar entre o almoço e o jantar?
43% dos entrevistados responderam que sim, todos os dias.
25% afirmou realizar esse tipo de lanche pelo menos 3 dias da semana.
23% disse que raramente para para lanchar durante a tarde.
9% nunca realiza um lanche nesse período.
Quem não tem o hábito de realizar esse lanche indicou motivos bastantes semelhantes aos anteriores: não sentir fome (55%), falta de tempo (30%), falta de se planejar para comprar/levar o que comer (19%) e o fato de o lanche não estar contemplado na dieta que segue (3%).

Cardápio e organização
Pela manhã, as frutas lideram o ranking de alimentos consumidos como lanche, seguidas por pão, café e bolacha/biscoito doce. Já durante a tarde, para esperar pelo jantar, essa ordem se inverte um pouco. Pão e café passam a ocupar, respectivamente, o primeiro e o segundo lugar, seguidos por frutas, bolacha/biscoito salgado e suco.
Em ambos os lanches, alimentos como mix de sementes, barras de protéicas, shakes e iogurtes proteicos estão no fim da lista.
Atenção, marcas de plantão! Na hora de escolher um snack, é isso que os nossos respondentes dizem levar em consideração:
1) Sabor
2) Preço
3) Praticidade
4) Ingredientes
5) Marca
Aqui, é possível notar uma certa incoerência. Lá no início um dos motivos indicados por aqueles que não conseguem lanchar durante a manhã ou durante a tarde foi a falta de tempo, o que não necessariamente aparece refletido na hora da escolha.
Outra forma de ler o dado seria: os consumidores não estão dispostos a abrir mão do sabor e do preço pela praticidade. Para ser considerado prático, o alimento deverá conseguir cumprir as duas condições anteriores.
A maioria prepara seu próprio lanche em casa (cerca de 70%). 15% come em lanchonetes e padarias e 9% afirmou que outra pessoa prepara seu lanche em casa. Os aplicativos ainda são minoria nesse planejamento. Apenas 2% utiliza apps de entrega regularmente para pedir algo para lanchar.

Lanche saudável: existe?
Ser saudável é uma meta de vida? A resposta é: nem para todos. De acordo com os respondentes do nosso estudo:
Ser saudável é sinônimo de se alimentar bem. A segunda posição aqui fica com a prática de atividades físicas.
51% se considera em uma zona de neutralidade quando o assunto é saudabilidade. Ou seja, não são muito saudáveis, mas também não são nada saudáveis.
23% estão insatisfeitos com seus níveis de saúde. 36% não estão nem satisfeitos, nem insatisfeitos.
Na opinião dos nossos respondentes, esse ainda é um desafio. Além de serem poucas as opções saudáveis, é difícil confiar em alguns produtos industrializados que se dizem saudáveis.
É fácil encontrar opções saudáveis para lanchar entre as refeições.
29% discorda
37% não concorda nem discorda
34% concorda
Confio nas opções de snacks saudáveis industrializados disponíveis no mercado.
45% discorda
36% não concorda nem discorda
19% concorda

Trick ou treat?
Nem tudo que parece é. E, quando se trata de fazer uma escolha para o lanche, as pessoas ainda se perdem entre aquilo que parece e o que, de fato, é saudável.
Apresentamos aos nossos respondentes uma lista que sempre comparava dois alimentos da mesma "família". Em seguida, pedimos para que indicassem aquele que consideram ser o mais saudável.

Barra de cereal x Barra de proteína
62% consideram barra de cereal mais saudável
Iogurte light x iogurte proteico
53% consideram iogurte proteico mais saudável
Biscoito salgado x biscoito doce
77% consideram biscoito salgado mais saudável
Quando perguntamos sobre creme de avelã e pasta de amendoim, houve mais dúvida. 53% consideraram pasta de amendoim, contra 47% que indicaram o creme de avelã a opção mais saudável.
Percebemos aqui uma grande oportunidade para as marcas que buscam um posicionamento ligado à saudabilidade. Falta informação e transparência para os consumidores na hora de comunicar.
E aí? O que achou?
Quer saber tudo? Entre em contato com a gente por meio do formulário a seguir. Você poderá solicitar, por exemplo, resultados filtrados por idade, sexo, faixa etária e região.
Essa é só uma parte do nosso estudo. Investigamos também o uso de aplicativos de delivery para a compra de snacks e os drivers dessa motivação, qual seria o lanche dos sonhos e muito mais.