Preços e as escolhas no supermercado

A alta dos preços vem influenciando uma série de escolhas quando pensamos em compras de alimentos. Quais os desafios que estão surgindo por conta disso?


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Preços e as escolhas no supermercado

Que as coisas estão ficando cada vez mais caras nos supermercados, não é novidade para ninguém. Nosso poder de compra está diminuindo em uma velocidade muito alta, e isso vem impactando as escolhas dos mais diversos tipos de consumidores.

Ao redor do mundo, os preços dos alimentos vêm aumentando gradualmente e, nesse ano, chegaram ao nível mais alto em uma década (segundo relatório das Nações Unidas). Fizemos um estudo com 2 mil respondentes em nosso painel para entender como a questão financeira está afetando suas prioridades e que segmentos estão sendo mais impactados com isso - compartilhamos, aqui, algumas dessas descobertas.

Principais mudanças feitas nas compras devido ao aumentos nos preços:

Ao menos metade das pessoas estão buscando alternativas em suas compras ou deixando de levar certos itens que geralmente faziam parte de seus carrinhos. Esse fator, aliado à alta taxa de desemprego no país, estão remodelando a lista de compras dos brasileiros - ainda que, como podemos ver no gráfico acima, as promoções apresentem uma alternativa à substituição dos produtos, quando possível.

Outro ponto interessante de ser notado quando falamos em otimização dos gastos é a preferência por embalagens maiores devido ao seu custo benefício para 40% das pessoas - especialmente para respondentes da classe A.

Muitas indústrias utilizam como estratégia a pesquisa para compreender os impactos das alterações nas embalagens, seja cor, material, textura ou até mesmo tamanho. Em 2012, os consumidores questionaram a Ruffles pelas redes sociais sobre a quantidade de ar nos pacotes de salgadinhos e logo em seguida a marca se pronunciou explicando o processo de produção e armazenamento. Esses retratos podem, também, explicar como a aderência a certas categorias, apesar de estarem em crescimento, ainda é limitada, como o caso do segmento de alimentos plant based.

Plant Based e Orgânicos

O termo ‘plant based’ originou-se para se referir à dieta de uma parcela da população que começou a buscar uma ingestão calórica baseada em alimentos in-natura (ou minimamente processados), evitando a ingestão de qualquer insumo de origem animal.

Quando falamos dessa dieta em específico, é importante notar que há uma diferença entre o plant-based e o veganismo: o motivo por trás da escolha. Enquanto o veganismo possui uma série de motivações éticas que dizem respeito ao bem estar animal e transcendem a alimentação, a alimentação plant based é adotada com um grande foco na saúde, partindo do princípio que alimentos processados ou de origem animal podem causar danos no longo prazo.

Com a expansão do conceito no mercado, o termo ganhou capilaridade e passou a referir-se também a alimentos que "imitam" os de origem animal, mas que são feitos de plantas.

A foodtech brasileira Fazenda Futuro, que produz alimentos plant based, já foi premiada como uma das empresas mais inovadoras do mundo.

65% das pessoas que nunca consumiram alimentos plant based não o fizeram devido ao preço cobrado por esses itens, que consideram ser muito alto. Essa é uma barreira que pode estar impedindo que o setor, que vem crescendo consideravelmente ao longo dos últimos meses, ganhe tração em escala ainda maior.

Além do segmento de alimentos plant based, há um outro que também sofre devido à disparidade em relação às outras versões: os orgânicos. Em muitos casos mais caros do que os alimentos com agrotóxicos ou transgênicos, acabam se distanciando do prato dos consumidores pela diferença - muitas vezes considerável - de valor.

Enquanto caminhamos para uma agricultura orgênica (orgânica + transgênica), que permita escalar a produção de produtos livres de agrotóxicos e que sejam geneticamente modificados para não sofrerem com adversidades, o desafio será equilibrar a importância que as pessoas dão à responsabilidade socioambiental e a sua renda.

Ainda que certos segmentos apresentem mais limitações do que outros para o poder de compra dos brasileiros, há um fator decisivo quando o assunto é custo-benefício e compra inteligente: os próprios mercados.

Os supermercados e suas alternativas

Há algo que não podemos negar quando o assunto é transformação digital: em muitos aspectos, o céu é o limite - inclusive quando pensamos em alternativas de compras e disponibilidade de produtos.

Um excelente exemplo disso é a Shopper, empresa especializada em compra de mercado por assinatura. Com a possibilidade de assinar uma cesta com seus produtos de uso mensal, a plataforma adquire os itens direto dos fornecedores, reduzindo, muitas vezes, o valor final da compra. Não só isso, mas com a recorrência da cesta e a possibilidade de realizar ajustes, o desperdício é evitado, pois o cliente tem total controle sobre sua compra e, com o passar do tempo, vai aprendendo sobre sua própria rotina de consumo.

Bruna Vaz e Fábio Rodas, fundadores da Shopper. No começo de 2021 a empresa recebeu um aporte de R$120 milhões. 

Além da Shopper, alguns last millers (responsáveis pela entrega dos produtos, que é a última etapa da jornada de compra) como Rappi, Cornershop e Ifood expandiram suas atuações para diversos mercados e também oferecem a possibilidade de comparar preços de diferentes mercados e produtos em um único lugar.

O delivery, no entanto, ainda possui um grande mercado para conquistar. Como pudemos ver em nosso estudo, a priorização desse canal ainda é muito baixa quando comparado a supermercados e atacadistas, os dois principais canais de compra para nossos respondentes.  

Fim do mercado tradicional?

Muitas pessoas especulam sobre o fim do mercado tradicional, mas esse é um assunto que exige uma série de desdobramentos para ser plenamente interpretado. Em nosso estudo de Retail & E-commerce 2021 ficou claro que a expectativa das pessoas é que as lojas físicas, por exemplo, sofram alterações e deixem de ser aquilo que conhecemos hoje, mas não que deixem de existir.

Ao contrário do que se possa pensar, essa série de mudanças vai deixando cada vez mais evidente o papel que o varejo offline tem no cotidiano da população. Ainda que as inovações tragam ganhos imensuráveis no curto, médio e longo prazo, o novo território que as lojas físicas passam a ocupar traz uma série de oportunidades. Não só isso, como sua integração em uma jornada phygital (física + digital)  irá transformar profundamente o varejo nos anos que seguirão.

O mundo está sendo cada vez mais munido de cases e referências interessantes quando pensamos em tecnologia de vendas e a expectativa é que a escalabilidade desses projetos tenha, além da independência no processo de compra e inteligência para otimização da jornada, impacto positivo sobre os preços de alimentos que, com o aumento constante da inflação nos últimos tempos, vêm encarecendo mês a mês.

Se você quer entender como todo esse cenário está transformando a relação das pessoas com a comida, suas dietas e jornadas de compra, não deixe de clicar no link abaixo e fazer o download do material completo do nosso estudo!

Acesse nosso estudo aqui!

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