Hoje em dia, muito se fala em inovar, mas pouca gente conhece formas práticas de fazer a gestão da inovação em modelos de negócios.
Inovar não é um ato puro e simples de criatividade, mas um processo coordenado que envolve muitos agentes, recursos e análises.
Mas como colocar a inovação em prática nas empresas? Como fazer a gestão desse processo? Neste post, você vai entender definitivamente o que é a gestão da inovação, vai conferir um passo a passo de como promover a inovação em sua empresa, além de conhecer 2 consagradas metodologias de inovação.
Leia também em nosso blog: 5 técnicas para gerar ideias de inovação em produtos
O que é gestão da inovação?
Não é difícil entender o que é gestão da inovação.
Trata-se de uma série de práticas organizacionais que tem o objetivo de gerar insights, fomentar a geração de ideias e organizar o processo de inovação nas empresas, para que se concretizem em projetos que trarão resultados positivos para a sustentabilidade do negócio, gerando vantagens competitivas diante da concorrência.
Para que isso seja colocado em prática, é preciso entender que a inovação resulta da soma de três fatores principais:
- Criatividade;
- Viabilidade;
- Demanda.
Entenda melhor cada um desses fatores.
Os 3 fatores essenciais para a inovação nas empresas
1. A criatividade
A criatividade é necessária para gerar uma ideia incremental ou disruptiva sobre uma nova forma de produzir ou vender um produto ou serviço.
2. A viabilidade
A viabilidade da ideia nos aspectos técnico ou tecnológico, econômico-financeiro, legal, operacional e mercadológico, dentre outros, deve ser analisada para prever se é possível tornar a ideia em um produto ou serviço real que gere lucro.
3. A demanda
Já a demanda garante que, quando a ideia se concretizar em um produto ou serviço, haverá interesse por parte dos clientes em adquiri-lo.
Leonardo da Vinci foi o maior gênio da criatividade, mas, como sua mente estava séculos à frente do seu tempo, as ideias criativas que produziu — tais como a asa-delta, o paraquedas e o equipamento de mergulho — não tinham viabilidade e nem demanda na ocasião.
As ideias de Da Vinci ficaram então classificadas no campo das invenções, esperando que esses outros dois fatores se somassem e fizessem a transição para o campo da realidade.
Percebeu como esses três fatores são primordiais para a gestão da inovação nas organizações? Por isso, precisam ser tratados com metodologia adequada para que gerem valor para a empresa, já que demandam investimentos que necessitam trazer retorno financeiro para o negócio.
Confira, a seguir, nossas dicas práticas para a gestão de inovação nos negócios!
Confira também O que são Organizações Exponenciais? e veja como lidam com a inovação de uma forma surpreendente.
Como fazer a gestão da inovação nas organizações em 8 passos
1. Alinhe as iniciativas de inovação aos objetivos estratégicos da empresa
Inovar por inovar não leva a nada. É preciso entender os objetivos estratégicos do negócio e, com base neles, definir quais processos precisam ser inovados pela empresa.
Colher novas tecnologias aleatoriamente e tentar transformá-las e soluções, criando falsas demandas para elas, não faz o menor sentido.
Uma frase de Steve Jobs traduz isso com perfeição:
“Inovar também é dizer não a milhares de coisas”
Isto é: não é só porque existe uma determinada tecnologia que ela tem que ser usada. Só faça isso se realmente for trazer benefícios para seus clientes e para seu negócio.
2. Foque na inovação
O processo de inovação deve fazer parte dos procedimentos estratégicos da organização, já que seus resultados podem proporcionar mudanças na forma de fabricar um produto, de prestar um serviço ou de entregar uma experiência a um cliente.
Esse processo pode, também, resultar até no surgimento de novas mercadorias ou atividades, que vão demandar novos métodos operacionais e produtivos.
A gestão da inovação nas organizações precisa direcionar seus esforços de forma que haja convergência entre tecnologias, comportamentos e os objetivos do negócio, para assim gerar bons resultados.
3. Crie um ambiente favorável para a inovação
Um ambiente favorável para a inovação precisa dos seguintes elementos combinados:
- Decisão da diretoria em incentivar e apoiar a inovação de produtos e serviços;
- Verba suficiente para investir;
- Um gestor responsável por traçar os objetivos e metas de inovação e articular os esforços dos colaboradores para alcançá-los;
- Cultura de inovação incorporada no DNA da empresa.
4. Sensibilize seus colaboradores para a inovação
Para sensibilizar seus colaboradores para a inovação, você precisa proporcionar a eles treinamentos, workshops e encontros criativos, preferencialmente fora do ambiente organizacional.
Nessas atividades, é importante que sejam trabalhados os fatores de inovação, para que todos dominem os mesmos conceitos e entendam os trâmites internos do processo.
É importante que quem promove a gestão da inovação nas organizações entenda que os colaboradores precisam desses momentos livres para exercerem seus papéis de geradores de ideias e cocriadores em todas as etapas do processo de inovação. Dessa forma, eles se sentirão importantes no contexto e vão internalizar a cultura de inovação em seus cotidianos.
5. Procure parceiros inovadores
Para inovar, é importante contar com a parceria de instituições que já dominam as metodologias e conhecem os mecanismos de financiamento de inovação disponíveis no Brasil. Dentre elas, podemos citar: as universidades federais, as incubadoras de startups e as consultorias especializadas que desenvolvem estratégias, modelos e processos de inovação.
As parcerias proporcionam saltos exponenciais na expertise da equipe interna quanto ao processo de inovação, encurtando significativamente o caminho para a geração de resultados.
Nada melhor do que agregar aos esforços e expertises internos o conhecimento e as experiências de parceiros que já dominam as metodologias e modelos de gestão da inovação nas organizações.
Eles podem contribuir significativamente para gerar ganhos para a empresa e toda a sociedade. Afinal de contas, a finalidade dos produtos e serviços da sua empresa é beneficiar a sociedade e gerar lucro para seus sócios e investidores.
6. Inove por meio de um processo estruturado
Na gestão de inovação nos negócios não cabe improviso. O processo precisa ser bem estruturado, bem gerenciado, produtivo e proveitoso para toda a organização. Nele, os recursos humanos, financeiros e tecnológicos devem ser combinados de forma equilibrada para resultar numa relação ganha-ganha para todos os envolvidos.
Estruture o processo de inovação identificando quais são suas entradas (fontes de ideias), como será seu processamento (seleção e aprovação de ideias, teste de conceito, protótipo de produtos e serviços etc.) e quais serão suas saídas (encaminhamento para produção interna ou externa, lançamento etc.).
Estabeleça como serão os fluxos de informações e como serão documentados os registros gerados no processo. Lance mão de recursos tecnológicos como softwares de gestão de projetos para planejamento, controle, distribuição e acompanhamento de todas as atividades relacionadas à inovação.
Utilize também plataformas colaborativas pelas quais as pessoas possam interagir entre si e ter acesso aos processos em que estejam envolvidos com total mobilidade e praticidade, via internet, o que reduz os custos e os deslocamentos das equipes.
7. Reconheça os esforços de inovação
Defina critérios e mecanismos de reconhecimento dos esforços de inovação dos seus colaboradores. Pode ser com uma reportagem na newsletter da empresa, destacando os feitos do colaborador, um elogio público em uma reunião de inovação e premiações ou remunerações proporcionais aos ganhos gerados pela sua participação no processo de inovação.
8. Analise os resultados da inovação
Na gestão da inovação nas organizações, como isso depende da formação de uma cultura de inovação, trata-se de um processo que leva algum tempo para se consolidar e gerar bons frutos.
Mas, certamente, vale a pena inovar nos negócios para fazer sua empresa crescer e se manter competitiva.
No entanto, para se certificar disso, é preciso medir os resultados e verificar se realmente os processos envolvidos se tornaram mais produtivos e eficientes.
Em outros casos, quando a inovação é no produto final, pesquisas de marketing podem mostrar se ele realmente está trazendo mais satisfação aos clientes e lucro para a empresa.
Lembre-se do que dissemos no item 1: inovar por inovar não leva a nada, o importante é trazer vantagens competitivas para o negócio.
Leia também: como desenvolver produtos inovadores: os 5 erros a evitar
Duas metodologias de inovação que você precisa conhecer
Quando se fala em metodologias de inovação, 2 se destacam:
- A inovacão disruptiva
- O design thinking
Veja mais sobre elas
1. Inovação disruptiva
Menos ideias inusitadas e mais estudo de mercado, a inovação disruptiva busca ocupar nichos que são negligenciados pela concorrência.
Dessa forma, desenvolve uma solução que muitos consumidores desejavam, mas que ninguém oferecia da maneira adequada. Para dar certo, no entanto, ela precisa ser uma solução de baixo custo.
Entenda melhor neste vídeo (em inglês) produzido pela Harvard Business Review:
2. Design thinking
Ao usar conceitos de design para criar produtos e serviços inovadores, o design thinking foca em atender às verdadeiras necessidades dos clientes.
Para isso, cria protótipos e testa com o público final, observa sua reação e melhora o conceito do produto ou serviço até chegar na solução ideal.
Confira mais detalhes: Como usar o design thinking na estratégia de lançamento de produtos e reduzir riscos
Ficou claro para você o que é e como fazer a gestão da inovação? Então, não deixe de pôr em prática os 8 passos apresentados neste texto!