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Empoderamento Feminino

O nosso estudo sobre empoderamento feminino traz questões sobre a importância dessa atitude no momento atual.


A importância de falarmos sobre empoderamento

Igualdade, liberdade, sororidade e representatividade. Essas palavras definem o que é o empoderamento feminino e o que desejamos alcançar em nossa sociedade através dele.

O ato de “empoderar” significa dar ou conceder poder para uma pessoa ou um grupo.

O Empoderamento Feminino acontece quando há a conscientização das mulheres de reivindicarem por seus direitos, garantindo que possam estar cientes da luta pela total igualdade entre os gêneros em diversos cenários sociais.

“Ah, mas só as mulheres podem praticar o empoderamento feminino?”

Não! Os homens também precisam colaborar para construir a igualdade de participação de ambos os gêneros, apoiando decisões de mulheres e as enxergando como parceiras tanto no ambiente profissional quanto no pessoal. Mesmo que 33% dos respondentes ainda considerem o empoderamento como uma luta exclusivamente das mulheres.

Mas enfim, será que todo mundo sabe do que se trata o Empoderamento Feminino? Ele é realmente necessário nos dias de hoje?

Para embalar a sua leitura, não deixe de ouvir nossa playlist feita especialmente para este estudo:

Vamos ver o que este estudo tem a nos dizer!

O que você pensa quando falamos em "Empoderamento Feminino"?

Quando analisamos por gênero, vemos que a maior parte das mulheres está ciente do conceito de empoderamento. Quando perguntado aos homens, alguns ainda o enxergam como uma ação que busca por privilégios ao invés de igualdade. Abaixo, vemos alguns pontos de vista dos respondentes dessa pesquisa:

Mulheres

“É o ato da igualdade social e politica como um todo, e as responsabilidades e os progressos na vida como um objetivo de melhoras na vida”
“Mulheres fortes que não precisam da opinião de ninguém pra se sentirem bonitas ou inteligentes.”
“Acredito que seja uma palavra da "moda" para mulheres bem resolvidas socialmente e identitariamente.”
“É o ato de conceder o poder de participação social as mulheres”

Homens

“Acho importante que as mulheres lutem por seu direito, o feminismo é necessário para a sociedade.”
“Trata-se de algo normal que não deve ser visto como exceção, cada dia mais a mulher conquista seu espaço com muita competência”
“Acho que a mulher chora de barriga cheia, vai carregar cimento pra ver se vai querer direitos iguais”

Seja quem você quiser!

"Meninas tem que usar rosa"
"Mulheres devem ser submissas aos homens"
"Meninas não podem brincar de carrinho"

Com certeza você já ouviu essas frases antes, né? O que será que todas elas têm em comum?

Quando falamos de empoderamento feminino, não estamos falando somente de dar espaço para as mulheres na sociedade, mas também falamos de como é importante encorajá-las desde meninas a serem o que quiserem, a ter autoestima em diversos aspectos de suas vidas e a repassar esse suporte a outras mulheres que possam precisar.

Pensando nesses pontos, buscamos saber qual é a percepção do público diante do tema, de algumas situações cotidianas e se de fato, vivemos em um cenário de desigualdade.

Abordamos alguns assuntos em que o empoderamento tem muita importância, como a violência contra a mulher, questões de autoestima e representatividade no ambiente profissional, pessoal e na mídia. Por exemplo, descobrimos que 87% das mulheres disseram que já ouviram comentários sobre sua aparência ou personalidade que as incomodaram ou magoaram muito, e na maioria dos relatos, percebe-se que esses comentários interferiram em sua autoestima de várias formas.

E aí? Será que ainda não estamos vivendo em igualdade? Mulheres já não tem espaço suficiente?

Senta aí que vamos te contar o que descobrimos...

O direito de ir e vir sem ouvir um “fiu fiu”.

57% das mulheres não se sentem a vontade andando na rua, uma atividade tão cotidiana em nossas vidas. Nos homens esse percentual é de 37%.

E mesmo outras atividades cotidianas, como andar de táxi, uber ou de transporte público podem não ser confortáveis para as mulheres. Vemos que 66% das respondentes não se sentem confortáveis em andar de transporte púbico, contra 52% dos homens.

Uma hipótese (e crítica) seria as diferentes visões do que é confortável para os homens e para as mulheres. Mas, isso fica para uma próxima pesquisa ;)

Pense em um dia comum, o quanto você se sente confortável para:

“Não volte tarde e tome cuidado na rua”.

70% das mulheres não se sentem confortáveis em voltar para casa à noite e desacompanhadas. Nos homens esse percentual é somente de 31%.

Pense em um dia comum, o quanto você se sente confortável para:

Para o Instituto Avon, o papel da companhia é, cada vez mais, dar visibilidade ao tema, ampliando o debate e, dessa forma, contribuindo para a redução a cultura da violência. As histórias narradas são inspiradas em casos reais.

Leia a Matéria completa

Em 2019, a Women Friendly e a Veduca lançaram esse curso on-line com o objetivo de facilitar o acesso de todos a um conteúdo que esclarece quais as fronteiras comportamentais que definem o assédio e por que essa violência deve ser combatida.

Leia a Matéria completa

Você já ouviu comentários sobre a sua aparência ou personalidade que te incomodaram ou magoaram muito?

87% das mulheres já ouviu comentários sobre a sua aparência ou personalidade. Os ataques são principalmente por não seguirem o padrão de magreza e características femininas.

Mulheres

“Por eu fugir um pouco do padrão da 'feminilidade' me dizem você é tão bonita pôr que usa isso. Isso ai e falta de piroca, por causa quê sou lésbica e meu estilo.”
“Quando meu marido falou que estava engordando ...”
“Quando eu tinha por volta de 10 anos, gostava de usar roupas mais largas 'masculinas' porque não me sentia confortável com a puberdade, e as pessoas na escola faziam bullying sobre isso. Ainda mais jovem sofria de brincadeiras por ter mais pelos nos braços e pernas do que a maioria das outras meninas.”

Homens

“Por ser gordo, quando era mais novo ficavam pegando no meu pé, hoje em dia não ligo, mas quando era jovem, sofria bastante.”
“Minha voz que é fina”
“Me chamaram de orelhudo quando era criança”

“Quero ver você trocar um pneu sozinha”.


Durante vários anos, as funções das mulheres na sociedade eram resumidas ao cuidado da casa, dos filhos e do marido, enquanto os homens tinham de garantir o sustento do lar.

Aqui no Brasil, só em 1934 durante a elaboração da nova Constituição, a ativista feminista, bióloga e política, Bertha Lutz sugeriu os princípios trabalhistas que visavam direitos femininos, como equiparação de salários, voto feminino e licença-maternidade.

O número de mulheres ocupando cargos em áreas tradicionalmente associadas aos homens vem aumentando nos últimos anos, mas uma parte das pessoas ainda pensa que certos cargos não são tão bem executados por elas quanto por homens, principalmente em profissões que exigem maior desempenho físico. Por isso, as mulheres são comumente associadas a profissões que estão ligadas a atividades domésticas, maternas ou que exigem mais delicadeza para serem executadas.

“Homens são naturalmente mais fortes”

Das pessoas que falaram “Sim”, as principais profissões estão ligadas ao esforço físico.

“Mulheres são naturalmente delicadas e maternais”

Menos pessoas sentem que existem profissões unicamente destinadas a mulheres. Mas para os 44% que responderam que “Sim”, as principais profissões são:

Voltando um pouco no tempo, que tipos de brinquedo você tinha quando era criança?

Brinquedos infantis são bastante baseados na questão de gênero, e assim, formam uma estrutura que separa meninos e meninas em estereótipos de cores, conceitos, brincadeiras, tarefas, estudo, profissões e escolhas para vida adulta. Nos resultados, vemos que mulheres crescem com o conceito de “mãe e dona de casa” por serem incentivadas desde cedo a essas tarefas através de brinquedos.

Quer ter mais dados do estudo? Com possibilidade de realizar filtros de análise como classes sociais, gênero e idade? Fale com a gente.

50% das respondentes não se sentem à vontade em reuniões de trabalho.

Quando falamos em assédio sexual no Brasil é impossível ignorar a abrangência com que isso ocorre. Se imaginarmos que houve um aumento de 200% de processos relacionados a assédio na Justiça brasileira nos últimos 3 anos, sendo 88% na esfera trabalhista, pode-se imaginar, sem inferência, mas por evidência, que esse é um dos ambientes mais tóxicos para as mulheres.

Por consequência, é compreensível o medo inerente de que a mulher seja exposta a situações humilhantes em situações de confronto ou até numa rotina corriqueira de trabalho. O que piora quando ela é minoria no ambiente de trabalho e não há instâncias a quem recorrer. Se assédio é relacionado a poder e ainda temos poucas mulheres nos cargos da mais alta hierarquia, temos um campo fértil para que o assédio sexual ocorra, assim como outros tipos de demonstração de força.

Por Ana Addobatti (na foto com sua sócia a advogada Nathalia Waldow) – Fundadoras da Woman Friendly

Será que a representatividade é realmente importante?

Quais desses tipos de mulheres você sente que NÃO são representadas na mídia (filmes, séries, comerciais de TV, etc)?

56% dos respondentes sentem que mulheres gordas não são representadas na mídia

40% sentem falta de mulheres negras na mídia

E por fim, 42% sentem que idosas não são representadas na mídia

Pense em anúncios, filmes, novelas e jornais que você já viu, você consegue comparar o número de mulheres que estão presentes nesses cenários em relação aos homens? Se sim, quantas dessas mulheres eram negras, indígenas ou asiáticas? Eram jovens ou idosas? Gordas ou magras?

Com certeza a sua resposta para essas perguntas não serão muito diferentes do que a nossa base de respondentes pensa, levando em consideração que 67% acha que a mídia NÃO representa todos os tipos de mulheres. Curiosamente, quando analisamos essa questão por gênero, vimos que 42% do público masculino sente que todas são bem representadas.

A representatividade é de extrema importância quando falamos de empoderamento feminino, pois representar pessoas e grupos no cinema, televisão, música, jornais e até no cenário político, faz com que diversos grupos tenham uma pessoa que valide sua voz e sua luta, além de ter um modelo positivo para futuras gerações seguirem.

Então, respondendo a pergunta feita ali no início: Sim, ela importa.

O empoderamento e as marcas

Apesar de poucas pessoas se lembrarem de marcas que falem sobre o empoderamento feminino, 88% dos respondentes declararam que acham muito inspirador ver mulheres mais presentes em diversos cenários sociais, e a publicidade não foge desses números. Além de uma oportunidade de mercado e negócio, existe uma necessidade de marcas levantarem suas bandeiras sobre assuntos tão importantes quanto Empoderamento Feminino. Somente 35% dos respondentes lembram de uma marca e elas são principalmente Avon, Dove e Natura. Lembra quando falamos que empoderamento feminino precisava ser realizado por homens e mulheres? Precisamos de marcas destinadas ao público masculino falando sobre esse assunto.Qual é a marca que vem a sua mente quando o assunto é "Empoderamento Feminino"?

Quer entender porque sua marca não está na lista? Ou mesmo compreender quais são as marcas mais lembradas quando analisamos por classe AB x classe C? Preencha o formulário abaixo para ter mais dados da pesquisa:

“Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”.

Até aqui, vimos diversos dados que já provaram que a desigualdade de gênero no Brasil ainda existe e está presente em muitos cenários e de diversas formas. Mas além de todos os fatores anteriores, o que mais torna evidente essa desigualdade, é a violência que é fortemente direcionada a mulheres.

Você sabia que quando falamos de violência, não estamos nos referindo somente a agressões físicas? Segundo a Lei Maria da Penha, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão ou sofrimento físico, sexual, psicológico, moral e patrimonial.

E é nesse sentido que o empoderamento feminino entra em ação, para ajudar essas mulheres em situação de violência doméstica a perceber essa condição, ter consciência dos seus direitos e reunir forças para enfrentá-la.

A violência psicológica ocorre quando alguém te causa algum dano emocional, diminui sua autoestima, tenta controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões.

Mesmo 40% das mulheres respondentes nunca tendo passado por uma dessas situações, existe um grande número (35%) delas que já foi humilhada e ridicularizada em público ou números mais preocupantes, 27% foram chantageadas a fazer coisas que não queriam.

A violência moral acontece quando alguém te difama, humilha ou faz qualquer coisa para denegrir a sua reputação.

Somente 19% das mulheres, que responderam a pesquisa, NUNCA sofreram algum tipo de violência moral.

A violência patrimonial acontece quando alguém tenta controlar ou reter seu dinheiro, documentos, objetos, instrumentos de trabalho ou acesso a educação.

É o tipo de violência que menos ocorre quando olhamos os números (71% das mulheres nunca passou por essas situações). Mas existe uma possibilidade de “níveis menores” da violência patrimonial acontecerem em atitudes diárias, principalmente por parte de familiares e pessoas próximas a mulher. São as pequenas ações que fomentam esse medo constante e diferenciação entre gêneros.

A violência sexual ocorre quando alguém tenta forçar relações ou qualquer tipo de prática sexual que te deixe desconfortável.

Mas onde acontece a violência?

Entre as mulheres que declararam ter sofrido uma ou mais das violências, questionamos qual era o relacionamento delas com o violentador.

E, pela nossa tristeza, enxergamos que a violência acontece principalmente com pessoas próximas a essas mulheres, 47% foram com um relacionamento amoroso, 36% com amigos e 33% familiar.

“Ninguém nunca nos ensinou o que é violência - nem em casa e nem na escola. Crescemos reproduzindo comportamentos e acreditando que a única forma de violência é a física. Precisamos de mais espaços como esse para refletirmos, dialogarmos e desconstruirmos alguns paradigmas que temos sobre papéis de gênero para que as próximas gerações possam viver em sociedades mais igualitárias, justas e seguras”
Renata Rizzi, fundadora da utopiar. A utopiar é uma marca de moda em que todos os produtos são feitos à mão por mulheres que estão superando a situação de violência doméstica.

Support your local girl gang!

O empoderamento feminino não é uma ideologia a ser pregada e sim uma forma de criar consciência. A partir disso, cada um pode mudar sua forma de agir diante de diversas situações sociais, apoiando causas e ações criadas por mulheres, possibilitando que conquistem igualdade entre gêneros, social e política.

Existem diversas formas de empoderar uma mulher, principalmente em situações que nem imaginamos que podemos fazer alguma diferença, mas, que podem ser de grande ajuda e significado para ela. Desde o respeito mínimo, encorajar seu trabalho e oferecer um ombro amigo até a “meter a colher” quando ouvir alguma briga em que a mulher corra algum tipo de risco.

É sempre possível empoderar e praticar a sororidade com alguma mulher próxima (ou não) a você!

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