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Client Experience: descobertas da FGV em relação ao desperdício de alimentos

A Embrapa, em parceria com a FGV e o programa Sem Desperdício, descobriram o comportamento do brasileiro em relação ao desperdício alimentar.


A Embrapa, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, a MindMiners e o programa Sem Desperdício, da União Europeia, realizou um estudo com o objetivo de revelar o comportamento do brasileiro no consumo de alimentos em casa, com foco no entendimento a respeito do desperdício domiciliar.

A seguir, listamos os principais pontos que o estudo procurou abordar:

  • Compreender os principais hábitos de compra de alimentos do brasileiro;
  • Compreender o que brasileiro considera mais importante na sua alimentação;
  • Entender fatores que levam ao desperdício de alimentos nos domicílios pelo consumidor final;
  • Mensurar o desperdício de alimentos domiciliar no Brasil em grama
“É sabido que o desperdício alimentar é atualmente um grande problema, porém quanto de fato um brasileiro desperdiça em média no dia-a-dia? E como isso se relaciona com seus hábitos alimentares? O estudo teve como principal objetivo investigar esse comportamento do brasileiro no consumo de alimentos em sua residência, com foco no entendimento sobre a questão do desperdício.” CARLOS EDUARDO LOURENÇO Professor Dr. da FGV

O CONTEXTO

O projeto Diálogos Setoriais, da União Europeia, visa a troca de conhecimentos, experiências e melhores práticas de natureza técnica, política ou ambas entre Brasil e União Europeia, em temas de interesse em comum e que ocorram regularmente em diferentes níveis hierárquicos.

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) é uma instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ao longo de seus 45 anos, a instituição vem desenvolvendo conhecimentos e tecnologias que contribuíram para colocar a agricultura e pecuária brasileira entre as mais desenvolvidas do mundo.

A FGV (Fundação Getulio Vargas) é uma instituição referência mundial em educação e pesquisa. Com reconhecidos programas de graduação, mestrado, doutorado e trabalhos aplicados, além de pesquisa e inovação, é considerada uma das 10 maiores think thanks do mundo (organizações que fazem pesquisas sobre políticas públicas capazes de apresentar recomendações a atores políticos).

Com o objetivo de investigar o desperdício alimentar no Brasil, tema complexo e de grande importância, as três instituições uniram esforços que levaram à realização de um estudo completo sobre o assunto.

METODOLOGIA

Para a realização do projeto, o estudo foi dividido em duas etapas: uma qualitativa e outra quantitativa.

PRIMEIRA ETAPA

Em um primeiro momento, foram realizadas observações e posteriores entrevistas presenciais com consumidores em supermercados e feiras em 9 localidades diferentes da cidade de São Paulo. Foram executadas no total 62 entrevistas, comandadas por 6 entrevistadores treinados para tal.

SEGUNDA ETAPA

A segunda etapa consistiu na aplicação de um questionário de pesquisa. O instrumento de coleta foi aplicado pela MindMiners, empresa especialista em pesquisa de mercado, com consumidores que integram seu painel de respondentes, o MeSeems.

Durante a etapa quantitativa, os questionários também foram divididos em dois: o primeiro questionário incluía perguntas focadas em entender os hábitos de compra e consumo de alimentos dos brasileiros, enquanto o segundo exigia uma participação mais ativa dos respondentes.

SEGUNDA ETAPA – DETALHES DA SURVEY

QUESTIONÁRIO A

O questionário A foi respondido por 1.764 pessoas no total (divididas em duas ondas) entre os dias 28/08 e 04/09, e teve como principais objetivos entender o que o brasileiro considera importante na alimentação em casa, quais são os hábitos de compra, como os alimentos são preparados e algumas percepções sobre o descarte de alimentos.

QUESTIONÁRIO B

O questionário B, por sua vez, teve uma dinâmica bastante peculiar: a aplicação se deu ao longo de 7 dias, nos quais as pessoas que responderam ao questionário A deveriam enviar fotos dos seus alimentos desperdiçados e assinalar quais foram os alimentos descartados em cada um dos dias. O principal objetivo foi mensurar qual o volume e os tipos de alimentos descartados no dia-a-dia dos brasileiros e as fotos tiveram como função comprovar as outras respostas.

A COLETA DE IMAGENS

Exemplos de imagens compartilhadas pelos respondentes.

O QUE DESCOBRIMOS

Foi identificada uma grande abundância nas compras de alimentos por parte das pessoas, sendo “ter comida suficiente para todos na mesa” o fator escolhido como o mais importante na alimentação da casa. Também foi possível notar a valorização de atributos como sabor (94% de importância) e frescor (77% de importância).

Ao mesmo tempo, observou-se que as pessoas não percebem a abundância como excesso e não se reconhecem como desperdiçadoras de alimentos, identificando este tipo de problema apenas nas outras pessoas. 91% dos respondentes consideram irresponsável o ato de jogar comida fora e 93% afirmaram que para a alimentação de casa é importante evitar o desperdício. Ao mesmo tempo, apenas 26% discordam que seus conhecidos jogam comida fora regularmente.

O cálculo realizado pelo Professor Dr. Carlos Eduardo Lourenço, da FGV, a partir das pesquisas aplicadas, chegou à conclusão que o brasileiro desperdiça 41,6 kg de comida por ano. A dupla arroz e feijão vem em primeiro lugar, representando aproximadamente 38% do volume de alimentos que vão para o lixo, seguido da carnes (bovina e frango) com 35%. Em terceiro lugar apareceu o leite e derivado, com 4% e na quarta posição frutas e hortaliças, representando 4% do descarte cada.

Veja algumas das descobertas nessa matéria do  Jornal Nacional na Rede Globo de Televisão: https://globoplay.globo.com/v/7612844/

O QUE O ESTUDO TAMBÉM MOSTROU

Há uma cultura de que é “melhor sobrar do que faltar”. 61% afirmou ter o hábito de fazer compras grandes e ao menos 73% afirmou que ao menos ocasionalmente compra alimentos que não tinha planejado comprar. Além disso, para 70% é importante que a despensa de casa esteja cheia.

Por fim, é importante destacar que não foram percebidas diferenças relevantes de acordo com região ou classe social dos respondentes. O problema de desperdício alimentar pode ser observado da classe A à E, em todas as regiões do Brasil, em todas as faixas de idade e em diferentes tamanhos de domicílios.

CONCLUSÃO

“É possível observar que o brasileiro tem uma cultura de que é melhor sobrar do que faltar. A maioria não se importa se houver comida demais na mesa e na despensa e até mesmo alimentos mais caros e proteicos, como carne e frango, têm grandes quantidades desperdiçadas no dia-adia. Além disso, é interessante notar que o problema do desperdício independente de classe social ou região que a pessoa vive, sendo um hábito generalizado em todos os diferentes perfis investigados. Por fim, é também valioso discutir o impacto que essa prática tem na economia. Além de evitar gastos desnecessários, um reaproveitamento maior das sobras do almoço e da janta levaria a uma menor demanda por alimentos em estabelecimentos comerciais e consequentemente, a uma diminuição dos preços para o consumidor final.” CARLOS EDUARDO LOURENÇO Professor Dr. da FGV

COMO A MINDMINERS AJUDOU A VIABILIZAR O ESTUDO

Os principais diferenciais apontados como resultado da parceria com a MindMiners são:

Tempo de coleta de respostas curto. Por se tratar de pesquisa digital via mobile, foi possível obter grande agilidade na aplicação dos questionários. Com isso, em apenas uma semana, foi possível receber 1.764 respostas para o questionário A e aplicar o B.

A possibilidade de inserção de imagens nas respostas da pesquisa. Para os pesquisadores, seria fundamental ter evidências de que os respondentes estavam falando a verdade sobre a quantidade de alimentos descartados ao longo do dia. A plataforma da MindMiners tem uma funcionalidade que permite aos respondentes enviar fotos, e através dela foi possível receber imagens dos alimentos descartados em cada dia da semana e depois cruzar com as outras respostas.

A taxa de respostas foi muito alta, apesar da complexidade da pesquisa. A survey tinha um grande desafio: fazer com que as pessoas que responderam ao questionário A também respondessem ao questionário B. Como pesquisas digitais via mobile possuem uma taxa de retorno altíssima por parte daqueles que recebem o questionário (em torno de 75%- 80%), foi possível realizar essa aplicação.

A sinceridade nas respostas dos participantes. Por se tratar de um tema delicado, no qual o usuário pode tender a dar respostas que seriam socialmente mais aceitáveis, a pesquisa digital tem uma vantagem sobre outras formas de coleta: o respondente se sente mais à vontade para falar a verdade devido à ausência do contato físico de um entrevistador.

“A MindMiners foi essencial na etapa de aplicação da survey. Para nós, era de grande valia obter imagens que validassem as respostas e a plataforma nos proporcionou isso, além da impressionante agilidade na execução da coleta”. CARLOS EDUARDO LOURENÇO Professor Dr. da FGV

Como a MindMiners pode te ajudar em seu próximo projeto de pesquisa?

Com tecnologias exclusivas e uma plataforma de pesquisa digital, a MindMiners reúne várias soluções para que você conheça melhor seu consumidor. Por meio de nosso painel proprietário de respondentes, o MeSeems, sua empresa poderá fazer as perguntas certas para pessoas reais e imparciais.

Ao se cadastrar em nossa plataforma, você pode realizar pesquisas digitais de forma totalmente automatizada. Funciona assim: 1) você constrói os questionários do jeito que quiser ou escolher um dos nossos questionários certificados, criados a partir de metodologias testadas e reconhecidas pelo mercado; 2) seleciona para quem deseja enviar a pesquisa a partir de seus contatos ou contrata a utilização de nosso painel proprietário, com mais de 800 mil pessoas; 3) e pode exportar planilhas e relatórios automatizados. Tudo isso de forma simples, ágil e acessível a todos os perfis de clientes.

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