Os influenciadores digitais já fazem parte do dia a dia do público que consome conteúdo na internet, sendo muitas vezes considerados como fontes confiáveis por sua audiência. Por esse poder de influenciar comportamentos, os profissionais dessa segmentação de mercado são constantemente procurados por marcas para representar e divulgar seus produtos ou serviços. Nessas parcerias, marcas e influenciadores devem se atentar para que exista de fato uma relação entre o conteúdo produzido e os propósitos e objetivos das marcas.
Quando falamos em influenciadores veganos e vegetarianos o cuidado em escolher quais marcas irão representar deve ser redobrado. A vinculação de um produto que não corresponde a seu estilo de vida pode prejudicar sua imagem diante dos seguidores. Já para as marcas, o cuidado na hora escolher quem irá representá-la também deve envolver a credibilidade do produtor de conteúdo e a sua relevância para a audiência.
A importância dos influenciadores
Dentro dos movimentos vegetarianos e veganos, os produtores de conteúdo representam não só a personificação de um estilo de vida, mas também são fontes de informação importante, principalmente sobre o preparo e alimentos e produtos do segmento. Em nosso estudo com vegetarianos e veganos, 30% dos respondentes indicou que um dos principais desafios da transição para esse tipo de alimentação foi a dificuldade de preparar suas refeições.
Uma vez que 59% desses respondentes acompanham influenciadores digitais que falam sobre o tema, para as marcas essa pode ser a chance de se aproximar da audiência e inserir seus produtos no cotidiano do público.
Como foi o caso da Liv Up, marca de alimentos e refeições saudáveis, que além de produzir uma linha de produtos em conjunto com a culinarista e apresentadora Bela Gil, também fez parceria com a influenciadora Luísa Motta, acompanhada por 25% dos respondentes da nossa pesquisa, para divulgação da linha de produtos vegana da marca.
O cuidado na hora da escolha
Em 2019, a influenciadora digital Yovana Mendoza Ayres, que se tornou conhecida por produzir conteúdo sobre o estilo alimentar crudivegano (que consiste em se alimentar apenas de alimentos crus e de origem vegetal), teve sua credibilidade abalada ao ser gravada consumindo peixe. Mesmo tendo explicado que os motivos para voltar a consumir peixe foi uma orientação médica, a influenciadora sofreu diversas críticas por não ter sido clara com seus seguidores a respeito das mudanças em sua alimentação.
Por conta de situações como essa, as marcas que optam por trabalhar em parceria com influenciadores deverão pesquisar e entender em profundidade a relação dos produtores com sua audiência e a aderência aos valores e propósitos da marca. Garantindo assim que a mensagem das campanhas/ações não possua inconsistências.
O poder do marketing de influência
Escolher os influenciadores que melhor representam a marca e se conectam com o público não é o único desafio das marcas que desejam entrar no segmento vegetariano e vegano. Fazer com que o conteúdo produzido em parceria tenha uma relevância semelhante à conquista organicamente pelos influenciadores é também um grande desafio.
A Wickbold por exemplo, dividiu sua estratégia em dois momentos, com objetivo de amplificar suas ativações junto aos produtores de conteúdo. Além de enviar kits com seus produtos para influenciadores do segmento, a marca ainda patrocinou publicações nas redes sociais das parceiras. O que rendeu a marca um alcance de aproximadamente 5,7 milhões de pessoas e engajamento orgânico de 60% dos influenciadores selecionados para a ação.
A alimentação não é o único segmento
Apesar dos alimentos estarem no centro do debate sobre veganismo e vegetarianismo, todas os segmentos de marcas e influenciadores podem realizar ações voltadas para os públicos vegetarianos e veganos.
Influenciadoras como Hana Khalil e Ray Neon, que foram citadas por respondentes de nosso estudo, mas também abordam outros assuntos em seus canais digitais, como moda, maquiagem, saúde mental, entre outros. O que abre oportunidade para marcas de diferentes setores que de alguma forma desejam conversar e compreender o esse público.