No Brasil de hoje consumir é também equilibrar “pratos”. Entre boletos, desejos e necessidades, milhões de brasileiros vivem a realidade de escolher o que cabe no bolso sem abrir mão do que é inegociável no coração.
Para entender como as pessoas estão ajustando seus hábitos em meio ao aumento dos preços, endividamento e renda instável, a MindMiners realizou uma pesquisa quantitativa online com 2.000 respondentes representativos da população brasileira (homens e mulheres, 18+, classes ABCDE, de todas as regiões do país). A coleta foi feita entre 1º e 5 de julho de 2025, com margem de erro de 2,2 p.p. e nível de confiança de 95%, usando o nosso painel proprietário MeSeems.
O objetivo foi investigar quais categorias resistem ao corte, o que está sendo deixado de lado, como surgem novos hábitos e o que permanece essencial.
Os dados revelam que, mesmo sob pressão, o consumo brasileiro continua sendo uma poderosa janela para entender valores, vínculos emocionais e expectativas. Conheça alguns dados principais do estudo ao longo desse artigo. Boa leitura!
Pressão no bolso, impacto na rotina
O sentimento de sufoco financeiro é generalizado:
- 82% dizem que seu poder de compra diminuiu.
- 57% estão endividados, principalmente no cartão de crédito (36%).
- Apenas 20% possuem reserva financeira significativa.
Esse cenário não se traduz apenas em cortes, mas em reformulações constantes de prioridades. O consumo tornou-se mais cauteloso, seletivo e estratégico.
Cortes, substituições e novos hábitos
Os dados mostram que:
- 94% perceberam aumento de preços recentemente, com destaque para alimentos (87%), saúde (56%) e produtos de limpeza (43%).
- Quando o bolso aperta, alimentos (42%) e lazer e cultura (33%) são os primeiros a sofrer cortes.
- A principal estratégia é substituir por marcas mais baratas (62% em alimentos, 57% em beleza, 38% em saúde).
Insight: cortar totalmente é a última alternativa. Antes disso, o consumidor troca marcas, reduz frequência e busca alternativas criativas para manter a rotina funcionando.
O que ainda é inegociável?
Apesar da racionalização, alguns itens resistem ao corte:
- Arroz, feijão, leite, ovos e café seguem como essenciais para a maioria.
- Na saúde, medicamentos contínuos e consultas básicas aparecem como prioridades.
- Em beleza, higiene pessoal e shampoo/condicionador são considerados indispensáveis.
Isso mostra que o consumidor não é apenas pragmático, ele protege o que considera vital para o bem-estar da família e sua autoestima.
Perfis sob pressão
A pesquisa identificou quatro perfis que traduzem as diferentes formas de adaptação:
A Mãe Protetora (25%): O foco principal é a família. Elas cortam lazer e beleza pessoal, mas mantêm a alimentação, a saúde e a higiene dos filhos, trocando marcas para garantir o volume e a rotina.
O Endividado Racional (35%): Este é o maior grupo, que vive em contenção ativa. Gasta apenas o necessário, evitando riscos financeiros e priorizando gastos vitais como saúde e alimentação básica.
O Jovem Adaptável (20%): Este perfil é flexível e conectado. Troca marcas com facilidade em busca de bom custo-benefício, mas mantém pequenos prazeres e autocuidados.
O Fiel Emocional (20%): Mesmo com o orçamento apertado, faz um esforço para manter marcas de confiança, pois valoriza a tradição e a conexão emocional. Para eles, a marca é uma memória e um ritual que resiste à crise.
Esses perfis mostram que não existe um único consumidor sob pressão, mas múltiplos jeitos de lidar com o aperto.
O que as marcas podem aprender
Em tempos de restrição, as marcas são testadas todos os dias. Estar no carrinho de hoje não garante espaço no de amanhã. As oportunidades passam por:
- Mostrar valor real: mais do que preço baixo, o consumidor busca custo-benefício.
- Comunicar empatia: reconhecer o esforço do consumidor e respeitar sua realidade.
- Oferecer formatos acessíveis: embalagens econômicas, combos familiares, refis.
- Fortalecer vínculos afetivos: marcas de confiança resistem mesmo em tempos de corte.
Quer conhecer mais dados?
O Estudo Original “Escolhas sob Pressão” está cheio de insights que podem ajudar a sua marca a se manter relevante mesmo em cenários de instabilidade.
Além do panorama geral, o relatório traz uma análise aprofundada por segmento (Alimentos, Bebidas, Beleza e Cuidados Pessoais, Moda/Vestuário e Farma & Healthcare), mostrando como cada setor está sendo impactado e quais oportunidades emergem para as marcas.
