Nos últimos anos, os brasileiros demonstraram maior interesse pelo veganismo e vegetarianismo, passando a consumir mais informações e conteúdos relacionados ao tema, principalmente na internet. E pra acompanhar esse interesse, muitas empresas e marcas, principalmente do setor alimentício, passaram a desenvolver soluções cruelty-free, vegetarianas e veganas. Como é o caso do Grupo Planta, empresa de alimentos vegetarianos e veganos, que projeta um crescimento de 120% em todas suas frentes de negócio em 2021.
Em nossa pesquisa de mercado, realizada com 280 brasileiros veganos e vegetarianos, identificamos quais foram os principais motivos pelos quais adotaram essa alimentação/estilo de vida e desafios encontrados durante o processo de transição.
Porque adotar uma alimentação vegana ou vegetariana
De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), a ética é o principal pilar do movimento, uma vez que os animais são capazes de sofrer, sentir prazer e felicidade, merecem respeito e consideração moral. Entre os respondentes do nosso estudo, a preocupação com o bem-estar dos animais é o principal motivo (47%) pelo qual escolheram adotar uma dessas alimentações.
Mas o movimento não é só sobre isso. O impacto ambiental causado pela produção de carne e os problemas causados à saúde por conta de seu consumo em excesso, também são fatores importantes nesse contexto. A campanha Segunda Sem Carne, foi lançada nos Estados Unidos em 2003 para alertar sobre os malefícios a saúde do consumo excessivo de carne. No Brasil é lançada EM 2009 pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) em parceria com a Secretaria do Verde e do Meio-Ambiente da Prefeitura de São Paulo, com intuito de reduzir os impactos ambientais do consumo de carne.
Para os respondentes da nossa pesquisa, essas questões também são muito importantes:
43% afirmaram que a saúde foi um fator de influência para adotar uma alimentação vegana/vegetariana;
42% disseram que a sustentabilidade/diminuição dos impactos ambientes como um fator que influenciou.
As barreiras para um novo estilo de vida
De maneira geral, a cultura brasileira inclui diversos tipos de carnes e derivados na alimentação. Mesmo que com variações na frequência e nos tipos de consumo, esses alimentos são muitas vezes considerados como fundamentais e centrais nas refeições.
Por conta desse fator, muitas pessoas que optam por seguir o estilo de vida vegano/vegetariano, prefere não adotar essa mudança de uma única vez. Em nossa pesquisa por exemplo, 56% dos respondentes concordaram que reduziram gradualmente o consumo de alimentos de origem animal. Só 33% conseguiram realizar essa transição em menos de 1 mês.
Quanto tempo levou para conseguir adotar essa alimentação:
16% Entre 1 e 2 meses;
19%Entre 3 e 4 meses;
11%Entre 5 e 6 meses;
8% Entre 6 meses e 1 ano;
13% Mais de 1 ano.
Os principais desafios para alcançar esse objetivo
Uma vez que as carnes e os derivados animais estão tão presentes em nosso cotidiano alimentar, durante a transição, muitos vegetarianos e veganos encontram dificuldades para diminuir e/ou parar totalmente de consumi-los.
30% dos respondentes afirmaram que a dificuldade de preparar as refeições era um dos principais desafios.
E apesar de ser um mercado em crescimento e muitas empresas estarem desenvolvendo produtos que atendam essa demanda, encontrar alimentos vegetarianos/veganos ainda é a maior dificuldade (33%) para esse público.
Mas não para por ai. Outra dificuldade recorrente é parar de consumir por conta do sabor dos alimentos de origem animal, que foi um desafio para 28% dos respondentes. Nesse contexto entram os alimentos à base de planta que simulam os de origem animal e são uma alternativa para quem sente dificuldade de abandonar o consumo de alimentos que gostam.
E vale ressaltar que as soluções para esse público não precisam necessariamente surgir de empresas com o foco total nos movimentos veganos e vegetarianos. Indústrias de alimentos, por exemplo, conseguem oferecer linhas de produtos que atendam a esse perfil de consumidores, mesmo que seu foco central não seja esse estilo alimentar.
Assim como marcas de cosméticos e produtos de cuidados pessoais que atualmente já não utilizam testes em animais e/ou ingredientes de origem animal em seus produtos, mesmo que a princípio não possuam o foco apenas em consumidores veganos/vegetarianos, conseguem impactar esse público por meio de uma comunicação mais direcionada e que ressalte esses fatores.
Dessa forma, existem diversas oportunidades para marcas e empresas que desejam entrar nesse segmento e atender os diferentes momentos desse público. Seja durante ou após a transição, a facilidade para encontrar produtos e a praticidade que eles irão fornecer ao dia a dia do consumidor, são fatores que irão fazer a diferença na hora de sua escolha.